Bullying: 'Pensei até em cirurgia', conta o ator Guilherme Dellorto.

Ganhar um apelido na escola é normal, mas ser zoado sem parar, repetidamente, até o limite da paciência, já é outra coisa: bullying! Os especialistas definem bullying como uma afirmação de poder através de agressão, que pode ser com uso de violência e ataques físicos, apelidos, insultos, ameaças, extorsão, roubo e exclusão do grupo de colegas. Em Malhação, Orelha (David Lucas) não se cansa de atormentar Rafael (Rodolfo Valente) por seu jeito diferente. Aí é que entra o papel da escola! A doutora em psicologia e professora de pós-graduação da Universidade de Brasilía, Ângela Branco, diz que cabe à escola enfatizar a importância da diversidade e demonstrar uma visão crítica em relação aos padrões de beleza.
"A principal atitude que a escola pode tomar é prevenir o bullying, falando da importância de aceitar o outro como ele é, porque cada um é um, e as crianças são muito receptivas", diz a psicóloga.
O bullying sempre existiu, já que na escola as crianças são agrupadas por idade.
"O bullying que resulta em violência físicia não necessariamente é o pior deles, já que o bullying moral faz a pessoa se sentir menor, pior que os outros. Mas e quando os professores nem percebem o que está acontecendo? "Não dar bola é a saída. O adolescente deve deixar entrar por um ouvido e sair por outro. Mas tem uma hora que tem que dar um basta, ser firme", diz Ângela. "O professor tem que orientar os alunos sobre o que fazer para ser assertivo, o que significa lutar por seus direitos, sua dignidade", diz a psicóloga.
As vítimas, geralmente, são pessoas tímidas e que podem reagir mal à 'brincadeira' chegando a cair no choro, o que aumenta ainda mais a gozação dos colegas. Com o ator Guilherme Dellorto, um dos vencedores do Concurso Malhação e que em breve aparece em cena como Nélio, o bullying não deu certo exatamente por ele não demonstrar irritação.
"Meu irmão mais velho e os outros garotos da escola me chamavam de orelhudo e Dumbo. Eu não fazia nada na hora, mas deixei o cabelo mais comprido para a orelha não sobressair. Pensei até em fazer uma cirurgia, mas depois desisti, porque tem que ficar com aquela atadura em torno da cabeça e fica feio no início. Hoje nem ligo mais", revela o ator.
Esse comportamento não é fácil de se conseguir. Segundo a psicóloga, o jovem tem que trabalhar seu medo, inibição e autoestima.
"Ele precisa se sentir apoiado pela família, por outros colegas e pelos professores. Pedir ajuda e contar o que está acontecendo", diz.

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