Grafite X Pichação: Daniel Blanco se empolgou e quer até grafitar o quarto.


Grafites misteriosos começaram a aparecer no colégio Quadrante e deixaram todo mundo de boca aberta! Eles são maneiríssimos, mas quem não gostou nada disso foi o diretor Mathias (Blota Filho). Na trama, o autor dos desenhos é Gil, personagem de Daniel Blanco. Para fazer os desenhos, o ator fez aulas com um grafiteiro de verdade. 
"Eu não tinha experiência com ojet, mas fiz uma aula e deu vontade de comprar várias latas e fazer desenhos no meu quarto. Minha mãe concorda, porque ela diz que meu quarto é meu cantinho. Se eu tiver cuidado e pensar num desenho sutil e bonito, não tem problema", conta.  
A galera do elenco também ficou empolgada e pediu para o garoto grafitar a casa deles também. Grafiteiro e estudante de desenho industrial na UFRJ, Gaspar Cohen, de 20 anos, acompanhou as gravações da novela e supervisionou os primeiros traços de Daniel. 
"Eu já saio de casa com o desenho pronto na cabeça. Na hora de fazer, tem que ser rápido, porque na rua é até perigoso. Leva em média de 5 a 10 minutos. Mas é legal demorar mais, para o cara conseguir reparar nos detalhes do desenho", diz Gaspar. "O Gaspar me ensinou as técnicas e como fazer os traços. Ainda não tenho um local definido para praticar. Acho que vai ser direto na minha parede", fala o ator.
Grafite x Pichação

Pichação é o ato de escrever ou rabiscar sobre muros, fachadas de edificações, asfalto de ruas ou monumentos, usando tinta em spray aerossol (dificilmente removível), estêncil ou mesmo rolo de tinta. É considerada uma atitude criminosa de vandalismo, e pode dar de três meses a um ano de detenção, além de multa. Já o grafite surgiu em Nova Iorque nos anos 70. Com um apelo urbano, é considerado uma das maiores expressões artísticas da atualidade. Além disso, surge muitas vezes como alternativa para os pichadores que desejam sair da criminalidade, mostrando seu talento livremente para até mesmo viver da arte. Para Gaspar, o processo de criação de um grafite é muito diferente da pichação porque os grafiteiros se importam com a visualidade do desenho e a pichação é apenas uma assinatura que representa que a pessoa estava naquele momento em determinado local, muitas vezes proibido. Sem entrar na polêmica que a pichação levanta, sobre a destruição de patrimônio público, o grafiteiro defende sua arte como uma forma de linguagem que já é muito reconhecida.
"Enquanto a pichação é marginalizada, o grafite é mais bem visto e está na moda. Por exemplo, só agora estão no ar duas novelas que tratam deste assunto - Malhação e Cheias de Charme", destaca.
O grafiteiro carioca Márcio SWK, de 33 anos, também defende o grafite como arte. Márcio é ex-pichador, já vive do grafite há sete anos e conta como isso é gratificante. 
“Há alguns anos, ninguém nem pensava que pudesse ser remunerado pelo grafite. Hoje vejo como valeu a pena ter deixado a pichação e investido na arte. Ver as pessoas elogiando meu trabalho e ainda ser remunerado por isso é muito legal”, diz.
Muitas empresas contratam grafiteiros para enfeitar portas, paredes, prédios, customizar roupas em grandes eventos etc. Além de prestar esse tipo de serviço, Márcio também dá aulas de grafite. Durante um ano, por exemplo, trabalhou em um centro de reeducação para menores infratores dando aula para os detentos. 
“Foi uma experiência que mudou a minha vida”, declara.
Márcio, inclusive, alerta: 
“Pichação é um vício. Hoje em dia com a internet os pichadores conseguem rapidamente o reconhecimento e notoriedade. E é exatamente esse o maior objetivo dos pichadores”, explica. 
Ele ressalta também que o simples ato de escrever o nome na carteira da escola já faz do aluno um pichador. 
“A maioria das pessoas já foi pichador na sala de aula. Alguns dão continuidade fora”, conclui, fazendo o alerta.

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